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Dólar barato, real supervalorizado e exportações minguadas. Fora, Dilma!
Dólar caro, real desvalorizado e nó nas importações. Fora, Dilma!
Governo desonera produtos de linha branca. Fora, Dilma!
Governo cessa isenção de IPI para automóveis. Fora, Dilma!
Preços de mercadorias disparam. Fora, Dilma!
Gôndolas abarrotadas e mercadores enricados. Fora, Dilma!
Crise hídrica no Nordeste e cheias na Bahia. Fora, Dilma!
Seca no Sudeste e torneiras secas em São Paulo. Fora, Dilma!
Falta professor nas escolas municipais e estaduais. Fora, Dilma!
O aluno não sabe ler e seu professor, escrever. Fora, Dilma!
TCU convoca presidente para explicar suas contas. Fora, Dilma!
TCE paulista aprova contas do governador Alckmin em 90 minutos. Fora, Dilma!
O TCU tem desafetos políticos da presidente. Fora, Dilma!
O TCE paulista é composto por aliados do governador. Fora, Dilma!
Presidente pedala sua bike no Alvorada. Fora, Dilma!
Pedaladas fiscais são praticadas desde FHC. Fora, Dilma!
O HSBC fez acordo para pôr fim às investigações contra seus clientes. Fora, Dilma!
A Operação Zelotes e seus vinte bilhões entram em dormência. Fora Dilma!
A Polícia Federal tem autonomia para investigar petistas. Fora, Dilma!
A Polícia Federal está subordinada ao ministro da Justiça, que é petista. Fora, Dilma!
Lula ganha 300 mil por palestra de uma hora e meia. Fora, Dilma!
FHC cobra 100 mil por palestra. Fora, Dilma!
Aécio dá palestra nos bares de Ipanema por uma dose de uísque. Fora, Dilma!
Zé Serra tenta dar palestra de graça. Fora, Dilma!
O prefeito de Amparo espalha borra asfáltica nos centenários paralelepípedos. Fora, Dilma!
Em Ouro Preto, outro tucano borra as setecentistas ruas de pedras pés de moleque. Fora, Dilma!
Meio milhão na Parada Gay e Marcha das Vadias nas ruas de Sampa. Fora, Dilma!
Imprensa anuncia protestos nas capitais. Fora, Dilma!
O “tucano” Jô Sares entrevista a presidente. Fora, Dilma!
O “petista” Jô Soares se declara anarquista. Fora, Dilma!
Presidente da Odebrecht é preso pela PF. Fora, Dilma!
Odebrecht financiou PT, PSDB e seu dono votou em Aécio. Fora, Dilma!
Eduardo Cunha, rei da oposição, promete shopping de um bilhão. Fora, Dilma!
Congresso aprova aumento nos salários de parlamentares. Fora, Dilma!
Ricos batem panelas Le Creuset de R$ 2.000,00. Fora, Dilma!
Periferia faz marmitaço na laje. Fora, Dilma!
Os ‘companheiros’ renegam princípios fundantes, pondo em xeque conquistas históricas. Fora, Dilma!
Tucano, com ‘síndrome de abstinência’, quer o poder – pelas urnas ou pelas armas. Fora, Dilma!
Bem, amigos... “Veja” no Jornal Nacional... Se liga na Globo, seu bobo. Fora, Dilma!
Fora, a corja de incendiários desaforados! Dilma fica.
FILIPE
Papai está indo para os oitenta e cinco; mamãe, recentemente, completou setenta e seis; e em julho próximo, Deus querendo, eles hão de celebrar sessenta anos de casados. Sessenta anos! Quase não acredito, mas é verdade. Meu Deus, como o tempo passou! Há pouco, bebês brotavam no quarto ao lado e ainda ouço choros cindindo as madrugadas, mas aplacados com o seio materno ou com o paterno mingau de fubá numa mamadeira.
Cena recorrente, aquela: a um tênue gemido se seguia um riscar de fósforos. Papai sempre deixava ao lado da cabeceira de sua cama uma lamparina e uma caixa de fósforos para essas e outras providências. Parece ontem, mas esta memória traz meio século de nossa história. Acesa a lamparina, papai se dirigia à cozinha para preparar, quando não o dito mingau de fubá – que era o menu principal de sua trezena prole –, um chá de erva-doce para aquele rebento chorão.
Nas minhas conversas com o Velho, costumo dizer: “Pai, nós, que já envelhecemos, sabemos que as coisas não funcionam assim (...)”. De certa forma, essa intimidade etária me deixa orgulhoso. A idade, além da velha e surrada experiência, lega-nos algum glamour.
Papai está animado, parece uma criança esperando ansiosa pelo aniversário, que demora para chegar, e em sua página do “feice”, sempre alude ao evento que se aproxima. Ele não diz, mas sinto sua impaciência e quase leio o que pensa: “Tá demorando muito, não chega nunca...”. Calma, pai, estamos quase lá.
Mamãe é uma incógnita e parece alheia a tudo. Quem a vê, pensa isso, mas se engana. Para compreendê-la, é preciso ser iniciado no assunto. Talvez seja necessário fazer um ‘curso intensivo’ com papai e um pequeno ‘estágio’ com mamãe na casa dela. Somente assim se perceberá sua perspicácia e verá que aquele ‘jeito alienado’ é para enganar trouxas. Uma prova disso? Recentemente, enquanto papai conversava com os ‘amigos e amigas’ do “feice”, mamãe disse apontando o indicador para o seu “Cabeça Branca”: “Sei lá que é aquilo. Ele fica cochichando ali...”. Provocada a usar o computador, defendeu-se enfática: “Ih, sei mexer com aquilo não, menino. Eu, não. Não quero e não vou de jeito nenhum!”
Figura de proa de nossa família, mamãe é destaque no segundo livro de papai, que acaba de ser encaminhado à gráfica. Sob cuidadosa e refinada revisão de meu irmão sacramentino, o livro ostenta na capa a imagem de minha mãe. Em suas páginas, com narrativa digna de um ‘Guimarães Rosa do Rio dos Bagres’, papai descreve várias e instigantes passagens da vida de sua companheira de “Lutas e Vitórias” nessa longa e abençoada jornada.
Diamante vem da palavra grega “adamas”, que significa força e eternidade. E as bodas de meus pais são mesmo de diamante! Mas não poderia ser diferente, pois nestas bodas, como naquela diminuta rocha carbônica, há um misto de simplicidade, beleza, dureza, preciosidade e pureza que, juntas, formam uma singular unidade.
Bodas... Sexagésimas e diamantinas bodas!
FILIPE
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