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O JULGAMENTO DIVINO

por feldades, em 27.10.17

Recentemente, tive um civilizado bate-boca com um amigo em rede social. No contexto em que se deu o “entrevero”, o jovem, idealista e pertinaz, defendia a primazia da “justiça divina”, enquanto eu apelava para a “divina misericórdia”.

 

A ideia de um “Deus de Justiça” me vem à cabeça sempre com certo alívio. Fico imaginando aquele homem furibundo, fortão e barbudo, com a balança numa das mãos e a espada na outra. Um arcanjo, acho que os anjos têm essa função, pega a alma e a põe trêmula na balança do “Juiz”. Este entrega a espada ao auxiliar, um querubim, e dá uma ajeitada na balança. Desloca umas argolas, endireita o braço, olha a escala e faz umas contas, de cabeça mesmo, porque calculadora não lhe faz falta. Após breve análise, a alma volta encolhidinha e já com o destino selado às mãos do arcanjo, que estava ali esperando o veredito. A frase: “Afastai de mim, malditos. Ide para o fogo do inferno!” soa-me como ópera, se proferida contra ladrões, homicidas e os demais malvados de nossa espécie. Mas, dependendo do momento, o “Deus de misericórdia” me parece mais conveniente, por não ter espada nem cara crispada. Com este, tudo se resolve numa conversa macia e uns tapinhas nas costas. Ao final, ajeitam-se as coisas e cada um tem garantida a vaga no “ninho celeste”. Bacana, não?...

 

Não, não é bem isso que deve acontecer no “Dia do Juízo”.  O Deus da justiça é o mesmo Deus misericordioso. A justiça divina está baseada na nossa prática de justiça terrena; a misericórdia divina também se dará conforme nossa conduta, se usamos ou não de misericórdia. Esse “deus bravão” não existe, como também não existe o “deus bonachão”. Sua misericórdia é infinita, mas sua justiça não falha. Misericordioso, Deus acolhe a todos: puros e impuros, cristãos e não cristãos, muçulmanos, animistas, ateus... todos! Mas Deus não nos obriga a aceitar Sua acolhida. Se estamos em inimizade com Ele, o problema não é divino, mas nosso, e seremos julgados pelos nossos próprios códigos. Naquele dia, a grande surpresa pode ser a seguinte.

 

Eu levo uma vida de sacrifícios, desapego, jejuns e orações, e de mortificações. Mas o pândego do meu vizinho, ao contrário de mim, é sujeitinho à toa e da pior espécie. Por coincidência, chegaremos juntos diante de Deus para o tão esperado ”julgamento”. Pode ser que Deus me convide a entrar. E eu entro, olhando disfarçadamente para trás, pensando: “Agora ele vai se ferrar!”. Mal eu ponho os pés na soleira da porta do Paraíso, alguém toca no meu ombro: “E aí, parça! Vamo de boa nessa?..." Olho assustado: ”Não, não pode. Esse ‘tranqueira’ entrando comigo no Paraíso?... Com ele, eu não fico aqui!” Então, volto ao Senhor: “Como pôde salvar aquele cara?... Ele deveria estar nas chamas, porque foi dito: “Ide para o fogo...” “Chega!”, diz o Senhor, tentando controlar uma inesperada fúria. “Filho, tu vês apenas a obra. Eu também aprecio os grandes feitos da humanidade: as obras missionárias, o sangue dos mártires. Aprecio também o Barroco de Minas, a Capela Sistina. Mas não só. O que vale aqui, não é o “resultado contábil”. Não leste nas Escrituras: ‘Esforçai para passar pela porta estreita’? Por isso, considero o esforço de cada um a maior riqueza. E esse tesouro, apenas eu posso avaliar!”

 

Concluindo, somente Deus conhece as lutas interiores de cada um de nós. Por isso, apenas Ele pode nos julgar. Apegar-se à literalidade das leis incorre-se num rigorismo inquisitorial típico da Idade Média. E tem mais. Deus nos fez imperfeitos, incompletos, fracos, mas ávidos de felicidade e capazes até de se apaixonar. Ele sabe disso!

 

FILIPE

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TRAVOU!

por feldades, em 13.10.17

Estava com um texto pela metade e sem meios de continuar. Minha mente travou e a preguiçosa imaginação parecia ter entrado em estado de dormência. Quando decidi continuar e voltei ao computador, quem resolveu travar foi o dito cujo. O notebook implorava por atualizações há tempos, mas eu sempre adiava. Quando cedi aos seus reclamos, talvez por pirraça, o danado engasgou de vez com a mensagem:  ”Instalando atualização 7 de 13”. Dali ele não saiu mais e continua abobalhado desde a tarde de ontem. Fazer o quê?...

 

Agora, com o computador da ‘patroa’, que não domino a contento, tento rabiscar alguma coisa, mas está difícil. Talvez a culpa seja do calor, da insistente seca que nos aflige e não minha. Porque sempre é bom encontrar algo ou alguém a quem culpar pelos nossos insucessos e frustrações. E como isso conforta!... Ah, mas tem a estiagem... Como é triste a estiagem! Com o estio, tudo fica mais complicado se ele vem acompanhado de calor e ‘ar seco’... Mas nós merecemos sofrer essas agruras atmosféricas, a ausência de chuvas e fresquidão. Como desmatamos... meu Deus! Nos quintais de antigamente havia pomares, que inspiravam os poetas; havia praças arborizadas, que inspiravam os poetas; havia também matas e moitas de bambu... para os poetas. Já não se veem mais matas, nem as moitas, nem os pássaros, nem os poetas.  E eu aqui tentando poetar...

 

Na postagem de hoje tentei, sem sucesso, inserir um vídeo. Tencionava ‘enrolar’ o raríssimo leitor. “Quem sabe ele se entretenha com as imagens e não se dê conta da minha ‘desinspiração’?...”, pensei. Mas a plataforma rejeitou meu subterfúgio e o jeito foi dedilhar nesse irreverente teclado. Há uma tecla que não funciona e isso me faz apagar e reescrever frequentemente determinadas palavras.

 

Assunto não me falta, mas não consigo abordá-lo de forma leve, suave, como fazem uns poucos que leio com relativa frequência. Mas tenho observado que até esses literatos não impressionam com seus belos escritos. Quando os reproduzo na minha página, não há a mínima repercussão. Se nem eles conseguem atrair os olhos cada vez mais exigentes (ou preguiçosos) dos ‘feiceleitores’, imagina um sujeitinho de escassas letras e fraco no estilo, como este rabiscador. Seria muita pretensão minha, não?...

 

No meu quintal há uma já famosa aceroleira. Ela não garante chuvas para este verão que se aproxima seco nem para os verões que virão. Mas nela há muitos pássaros, que me ajudam a rezar todas as manhãs. E tem lá pombinhas silvestres nidificando! De vez em quando isso acontece para minha grande alegria e maior preocupação. É que o Tiziu cismou de querer variar sua refeição e fica à espreita dos filhotes que, segundo ele, “têm carne macia e sem anabolizantes”. Mas eu ponho um “funil” no focinho do Tiziu e preservo os filhotes de suas mandíbulas.  A Pituka e o Tokinho que se cuidem, senão ficarão todos adornados com um “funil” como aquele do Tiziu, porque as minhas “meninas” terão que ficar a salvo dessas rapinagens.

 

FILIPE

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