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ILHÉUS, CORAGEM!

por feldades, em 22.12.17

Numa ilha inóspita, a muitas milhas da civilização, há uma escola em que...

 

Teve aluna mandando o professor tnc; mas teve professor que não foi tnc, e fez queixa policial da aluna que o mandou tnc.

 

Teve professor vociferando e apontando covardemente o dedo para uma colega; e teve professor devidamente enquadrado por ‘grunhir’ covarde e ferozmente com a colega.

 

Teve professor exigindo decência de quem lhe apontaria o dedo; e teve professor comportando-se “civilizadamente” após reprimenda de quem não aceitou o ‘dedo apontado’.

 

Teve aluno agredindo verbal e fisicamente o colega de classe; e teve aluno agredindo física e verbalmente uma funcionária da escola.

 

Teve pai de aluno ameaçando veladamente um professor durante reunião; mas teve alguém pedindo explicação ao homem que ameaçava veladamente o professor.

 

Teve pai de aluno ameaçando agredir professor com barra de ferro; e teve pai dizendo não se tratar de ameaça, mas de conversa “amistosa”.

 

Teve professor sugerindo em redes sociais malversação de dinheiro público por colegas; e teve professor exigindo a explicitação da acusação de desvio de verbas.

 

Teve professor apagando das redes sociais calúnia contra colegas; mas teve professor bloqueado em rede social por confrontar colega caluniador.

 

Teve professor que não deu aulas; teve professor que fingiu dar aulas; mas teve professores que deram aulas; e teve promoção de quem que não “professou” a profissão de professor.

 

Teve aluno que fingiu participar das aulas e foi aprovado; teve aluno que não assistiu às aulas, não fez provas e não foi reprovado; mas teve alunos que foram merecidamente aprovados.

 

Noutra ilha ainda mais distante da civilização...

 

Teve diretora trancafiando alunos e professores com cadeado; teve aluna grávida, passando mal por não ter acesso ao banheiro; e não teve ninguém capaz de derrubar a infame ‘tirana’ e sua “bastilha”.

 

Nessas duas “ilhas” teve de tudo neste ano: teve traições aos borbotões; também teve lealdade em pequenas proporções.

 

Teve pequenas alegrias em diminutas gotas; e teve uma torrente cristalina de felicidade formada pelas gotículas de alegria.

 

Para o ano que se avizinha...

 

Há um imenso deserto a ser atravessado; há incontáveis batalhas a serem travadas; e há de haver sucessos, ainda que intercalados de fracassos.

 

Com destemor e sem rancor – a passos firmes e decididos, sem que a vida “murche’ – os ilhéus vamos marchando. Pois disse Guimarães Rosa, o poeta das ‘sertanejas veredas’, que “a vida quer é coragem”!

 

FILIPE

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O ESTADO LAICO

por feldades, em 08.12.17

Publicado na "Tribuna de Amparo" - edição de hoje.

 

O Brasil está em chamas. As “temerárias” labaredas já queimam direitos sociais e chamuscam liberdades individuais, delineando um horizonte tenebroso via reformas. O primeiro desses remendos fez ressurgir, com ares de modernidade, a infame escravidão, que a Justiça tem combatido em seus primeiros movimentos. E querem votar, ainda neste ano, a reforma da Previdência!... Por que não estabelecem o teto do INSS a todos os viventes aposentados deste pais? Seria tão simples e quem quisesse mais, que contribuísse por fora.  Dessa forma, sobraria dinheiro até para o salário mínimo dos trabalhadores rurais aposentados. Os lavradores – na opinião dos “barnabés engravatados”, acredite – são os maiores responsáveis pelo rombo no “casco previdenciário”.

 

Não se sabe por quê, mas enquanto o incêndio avança, as panelas, que tanto estardalhaço fizeram tempos atrás, estão mudas. Não se ouve sequer um rangido de frigideira ou um roçar de colher de pau. As caçarolas fugiram do fogão, não por terem sido amassadas, mas porque o preço da “botija” está nas alturas. Já são seis aumentos no preço do gás de cozinha em apenas seis meses! Não dá mesmo para usar o fogão, mas o fogo dos manifestantes está aceso e bem vaporoso. Desta vez, porém, aqueles “foliões” investem contra inocentes museus e suas mostras de artes plásticas. Esses arautos da decência pública ficam mais ruborizados com as ‘pudendas desnudas’ de um artista performático do que com o crescente choro das crianças sem creche, o grito desesperado dos desempregados ou com o gemido dos indigentes entulhados nas praças e calçadas.

 

Solução à vista! Na cidade de Amparo, aqui aos pés da Mantiqueira, alguns vereadores desvendaram um mistério, que poderá resolver os problemas da humanidade. Após longa e exaustiva investigação, descobriram o grande responsável pelas mazelas desta simpática, mas incógnita ‘paróquia’: um crucifixo. Resolveram, então, que aquela inofensiva imagem não mais poderá permanecer na parede do Plenário. No mais genuíno diversionismo, esses vereadores destorcem o foco de assuntos urgentes para essa irrelevância. Enquanto seu chefe, digo o chefe do Executivo, cria secretarias para pendurar cabos eleitorais, aumenta tributos e descuida da cidade, esses edis se divertem numa ruidosa demagogia em nome da ‘laicidade’.

 

Se é para ter um Estado “autenticamente laico”, como querem alguns vereadores amparenses, faz-se necessário mudar o nome de estados, cidades, ruas etc. Por fim, quem sabe, demolindo o Cristo Redentor, o Rio de Janeiro voltará a ser lindo?...

 

FILIPE

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MANO VÉIO

por feldades, em 02.12.17

Publicado originalmente em15/04/2013 no blogdomouralima

 

Aquele menino acaba de completar 55 anos. Ainda ontem, estava ele na casa dos pais, ajudando na labuta para sustentar uma prole já grande e ainda crescente. Mal acabara de completar onze anos e o curso primário, já assumiria o posto de braço direito da família na lida com a lavoura. Todos os dias, exceto domingo, levantava-se bem cedo, lavava o rosto, tomava uma xícara de café, enchia uma moringa com água, pegava seu cacumbu (enxada velha e mal encabada) e rumava para o roçado. Eu deveria acompanhá-lo, mas, malemolente como sempre, chegava atrasado, o que me renderia fartas e sonoras repreensões. E hoje, aqueles longínquos tempos que a memória traz de volta percorrendo um atalho – esses misteriosos cosmológicos “buracos de minhoca” de nossa mente – tomam-me de assalto.

 

O menino, certo dia, foi para a ‘cidade grande’, passando-me o cajado da responsabilidade rural, que nunca consegui segurar com firmeza, para tristeza de papai e prejuízo de todos. Mas lá da “metrópole”, o seminarista traria uma brisa civilizatória para nosso rincão. E as cartas começaram a chegar. Primeiramente, falando da nova rotina, dos amigos e mestres; depois, do aperto nos estudos e, de vez em quando, um enorme boletim escolar chegava para papai assinar. A exceção do Latim, suas notas eram boas, ótimas, fruto de grande esforço. Como sempre, a alegria nunca abandona sua irmã tristeza. Em certas cartas passaram a vir cobranças do senhor reitor. Seria preciso pagar determinada anuidade, e essa importância se avolumava gradativamente sem que papai conseguisse saldá-la. Por fim, a doce expectativa de receber a cartinha do irmão distante foi se transmudando em apreensão. Mas, felizmente, tudo se resolveu.

 

Fato marcante daqueles tempos eram as férias. Em julho e em dezembro, o rapazinho era por todos alegremente aguardado. Uma jubilosa explosão ressoava pelos vales quando a irmã mais velha anunciava: “Ele está chegando!” Era só, e o suficiente. Crianças, debandávamos ao encontro do “mano véio” como que esvoaçando pelos trilhos nos pastos em doce algaravia. Enquanto isso, os miudinhos, que mal engatinhavam, permaneciam no terreiro de casa com a irmã mais velha.  Chegando, uma enorme mala, pesadíssima, era posta no chão da sala. Aberta a mala, começava o melhor da festa. Eram tantos presentinhos, umas quinquilharias, cada qual mais interessante: um jogo de damas, um jogo de memória, chaveirinhos, baralhos, livrinhos, casacos e muito mais – coisas que ele ganhava e nos repassava. Mas era dele a prerrogativa de fazer a distribuição justa e igualitária daquela fortuna. Cada um de nós lucrava ao menos um casaquinho. Muitas vezes, na ânsia em exibir o novo modelito, vestíamos grossas lãs em pleno verão. Mas a irmã... pobre irmãzinha!... Para ela, quase nada havia. Posto que o irmão vivesse num ambiente de rapazes, e naquele tempo, diferentemente de hoje, os homens tinham hábitos estritamente masculinos, nada poderia servir à doce menina que a todos servia. Ainda assim, grande era sua alegria ao ver felizes os pequenos.

 

Quarenta anos se passaram desde aquele dia em que papai conduziu seu primogênito ao seminário. O garoto, antes mirrado, de pele queimada e de poucas letras, tornou-se robusto e ladino. Sou imensamente grato a este irmão que muito me ajudou, iniciando-me numa leitura mais seletiva e engajada. Então, para este que me foi um verdadeiro mecenas, deixo expresso meu reconhecimento, minha gratidão. Obrigado, Mano Véio!

 

FILIPE

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