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É madrugada, interrompo a conversa com meu pai pelo ‘feice’, porque amanhã preciso cumprir a obrigação de postar algo neste blog. Tenho um texto antigo, mas não vou publicá-lo agora. Estou angustiado e aquela crônica não reflete meu estado de espírito. Os maus ventos que sopram de Brasília, ou sopram para Brasília, ou que sopram Brasília, também varrem minha inspiração. Sufocado e paralisado, perco a vontade de escrever.
Politicamente nulo e sem filiação partidária, cumpro sem entusiasmo meu dever cívico a cada dois anos, votando. No passado, votava num candidato que foi defenestrado da política por envolvimento no mensalão. Dias desses, soube que era inocente e que fora absolvido por unanimidade no STF. Atualmente, tenho votado em candidato que faz vigorosa oposição ao governo do PT. Acredito na democracia, e democracia se faz com contrários, com barulho; o silêncio é das tiranias e dos túmulos.
A história ensina que o afunilamento ideológico desemboca em autoritarismo: de esquerda ou de direita. E o Brasil caminha para o chamado ‘pensamento único’, só que de direita.
O desembarque de políticos aliados do barquinho de Dilma é nauseante. Ratos, camundongos e ratazanas escapam tresloucadamente do naufrágio. Enquanto a tripulação se salva, nós, a “arraia-miúda”, submergimos.
Já à beira do precipício, fomos surpreendidos por forças antagônicas como a maçonaria e evangélicos, que se irmanam pelo mesmo fim: o impeachment da presidente.
Triste sina de quem nos últimos anos lutou por um Brasil mais justo e decente. Mais triste, porém, é ouvir os aplausos dos ‘pequenos burgueses” mal remunerados, mas com fumos de barão.
Domingo é o dia mais amargo para quem teme pelo futuro deste país. A Câmara, composta de muitos réus e com aprovação popular de apenas 10%, julgará em “primeira instância” a presidente, que nem sequer foi indiciada pela Justiça.
O mês de abril evoca Tiradentes, mas também seu traidor: Joaquim Silvério dos Reis. Dilma não é Tiradentes, mas tem o seu “Silvério dos Reis” na figura de um vice traíra, ávido por assumir “essa coisa toda”, prometendo um governo de “salvação nacional”. Eles se salvarão, não a nação.
Sobre o governo salvacionista de Michel Temer e Eduardo Cunha, os evangélicos e a maçonaria hão de lhe dar respaldo, porque em breve, todo o reino será deles e eles reinarão sobre todos nós.
Ah, que vontade de procurar uma “Pasargada”..., e nem precisa ser a de Manuel Bandeira. Eu me contentaria com o Uruguai, nossa antiga província. “Vou me embora para a Província Cisplatina!”, porque...
“Cada louco com sua alegria, porque somente os loucos são felizes!”
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