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CARTA A UM PREGADOR

por feldades, em 23.05.14

Publicado originalmente em 01/11/ 2013, em http://www.uniblog.com.br/blogdofilipemoura

 

 

Assistindo à Santa Missa presidida pelo senhor, percebi alguns deslizes em sua homilia. Vou abordá-los sob meu ponto de vista e me abro para suas possíveis considerações.

 

1º - Teologia da Libertação: Não é verdade o que o senhor disse sobre esse movimento na Igreja. A T.L. surgiu no final dos anos setenta como um necessário tempero à teologia vigente. E como tempero ela sobrevive no seio da Igreja. Ainda: sendo tempero, a T.L. jamais poderia ser a essência, pois não se pode  alimentar-se exclusivamente de sal.

 

2º - Pobres versus ricos: O senhor disse que o rico se fez pelo trabalho - alguém que batalhou etc. E disse que o pobre é aquele que segue à Igreja, ou algo assim; que todos naquela assembleia eram pobres; que o dinheiro é bom e necessário e ninguém vive sem ele; que há pobres morando em barracos inabitáveis, mas com tevê de última geração e parabólicas; que a Igreja não pode fazer discurso contra a riqueza; que as comunidades primitivas entregaram seus bens aos apóstolos e ficaram na miséria; [...]. Nesse particular o senhor revela um tremendo preconceito contra os pobres e desconhecimento da História da Igreja sobre os Primeiros Cristãos. Quanto aos favelados, o senhor conversou com eles para saber do que vivem, quais são suas prioridades, quantas são as passagens pela polícia, ou há quanto tempo são foragidos da Justiça? Investigou a respeito disso? E se são pessoas sérias, honestas, trabalhadoras, que preferem uma tevê LCD a uma porta de vidro? Elas não podem fazer sua escolha? Essas pessoas, da tevê de última geração e barraco aos pedaços, podem ser dizimistas fiéis ou até catequistas na comunidade. E aí, como ficamos?

 

3º - Bolsa Família: Esta parte doeu. Entendo que quem critica o programa B.F. é ignorante ou fascista. Como não considero o senhor ignorante nem fascista, fico sem palavras. Só gostaria de dizer que nossa sociedade, hipócrita que só, bate no B.F., pois os miseráveis já podem comprar o seu arroz com feijão para se alimentar, não dependendo mais dos caprichos de escravocratas. Quem é mais velho e conserva alguma memória deve lembrar-se dos tempos de fome no País. Famílias e mais famílias não tinham o que comer, mas graças a Deus isso passou. Saiba o senhor,que ninguém sobrevive exclusivamente do B.F., pois seu valor é pequeno; uma ajuda somente, mas necessária.

 

Gostaria de que o nosso querido Sr. P.  refletisse sobre estas questões podendo, inclusive, debatê-las. Acredito que seja um dedicado missionário, que entrega sua vida à Igreja, e que este seja apenas um infeliz discurso com involuntário viés ideológico. Mas que pode ter comprometido sua homilia, despertando ou estimulando a hostilidade social contra os assistidospelo Estado através do “Bolsa Família”.

 

Entreguei esta carta assinada e com endereço na coleta do Ofertório. Aqui preservo o nome do sacerdote, a quem chamo de P..  Posso estar errado, mas não suporto arroubos nazifascistas, não importando se de ateus ou religiosos. Haverá de minha parte a contrapartida. Sempre. Acrescento, porém, que fui merecidamente ignorado.

 

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