Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]





Comentários recentes

  • Anónimo

    Núbia

  • Anónimo

    Meus sinceros sentimentos a todos vocês. Sim, Ela ...

  • feldades

    Mamãe, como papai, foi transfigurada pelo sofrimen...

  • feldades

    Sim, Drummond estava certíssimo: "Mãe não deveria ...

  • feldades

    Sim, a realidade é dura.Mas havemos de aceitá-la.



subscrever feeds




LIRISMO E REALIDADE

por feldades, em 01.05.15

LIRISMO: “Tapera de beira de estrada...”, assim começa uma música nesta fria madrugada de primeiro de maio. Enquanto faço estes rabiscos para o blog, ouço, na varanda de meus pais e ao lume trêmulo de uma lamparina, umas músicas de raiz.  A chama da lamparina vai e volta, inclina-se para cá e para lá, parecendo-se curiosa sobre o que escrevo. Mas não, são delírios meus. Essa lamparina evoca “os tempos mais antigos do passado”, quando não tínhamos luz elétrica nem água encanada e morávamos aqui, onde ainda permanecem meus velhos e queridos pais.

 

A chama está agora verticalmente ereta e parece ter desistido da curiosidade para se concentrar na música de Tonico e Tinoco, que tangem suas cordas no minúsculo aparelho de meu pai. Aqui, neste momento, dois mundos tão díspares se encontram: o da tecnologia digital, do século vinte e um, e o da novecentista lamparina a querosene. De permeio, este intruso que divaga.

 

Recordo o passado embalado pelos cantadores de alma pura, acompanhado do chimarrão, de um livro de preces e de um “Andrea Del Fuego”. Escrevo o texto num  papel de pizza – mais tarde, plasmado na tela, percorrerá o continente e cruzará o Atlântico para buscar abrigo no “feldades”, já em terras de Camões.

 

A alegria de estar aqui transcende a tempo e espaço, e o que é transcendente não se descreve: contempla-se, apenas. E eu continuo aqui, meio desequilibrado com o que aprecio. Ao longe, um galo também se encanta.

 

REALIDADE: Mas a realidade me fere e me desperta. Lá bem distante, nas bandeirantes terras de São Paulo, o estado mais rico da nação, muitos professores estão em greve. Nas escolas faltam de tudo: carteiras, cortinas, vidraças, água, vagas para alunos e, incrível: pratos e talheres. Há casos de escolas em que se usam pratos e talheres de plásticos, sem reposição ou troca, há mais de quinze anos. São utensilhos cheios de ranhuras, um abrigo para colônias de fungos e bactérias, um atentado à saúde. E o pior: alunos e professores convivem com essa precariedade, típica de um país subsaariano, como se fosse normal. É normal que o estado de São Paulo, com um terço da riqueza da Nação, ofereça escolas tão precárias?

 

Desculpe-me a quebra de lirismo, mas não me contive. Se quiser saber mais sobre o estado crítico em que nos encontramos, acesse um texto recém publicado em minha página do “feice” sob o título: "Por que lutamos?"

 

Termino este, desconfiado de que meu tempo por aqui esteja expirando. Minha mãe sempre nos disse que “tudo tem conta, peso e medida”.

 

FILIPE

Autoria e outros dados (tags, etc)


1 comentário

Sem imagem de perfil

De Everton a 22.05.2015 às 16:04

O senhor governador quer isto mesmo. Ele quer que os jovens estudem, mas não estudem. Ele quer que a sociedade seja aparentemente letrada e praticamente alienada e ignorante. Isso explica o fato de estarmos num Estado rico, mas com uma educação pobre e decadente.

Comentar:

Mais

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.





Comentários recentes

  • Anónimo

    Núbia

  • Anónimo

    Meus sinceros sentimentos a todos vocês. Sim, Ela ...

  • feldades

    Mamãe, como papai, foi transfigurada pelo sofrimen...

  • feldades

    Sim, Drummond estava certíssimo: "Mãe não deveria ...

  • feldades

    Sim, a realidade é dura.Mas havemos de aceitá-la.



subscrever feeds