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Sei que este blog está chato, mas chata mesmo tem sido a vida – ultimamente tão desditosa. E não adianta evitar o noticiário, porque notícia ruim tem velocidade de um raio e chega a todo lugar, até neste cantinho onde tento me refugiar. Ainda hoje fiquei sabendo que os presidentes da Câmara, o que saiu e o que entrou, tentaram levar um tal Safadão e outro que se chama Gusttavo (o ‘t’ dobrado desse e o sobrenome daquele dão conta da breguice de ambos) para cantar durante a transmissão de cargos. Gente... tá difícil a coisa, pelo menos pra mim.
A crônica de hoje não é sobre a ‘Susana bíblica’, como sugere o título, nem sobre cantor brega, embora algo daquela Susana esteja aqui. Na foto acima há ‘dois velhos’ tão maus como os da Susana: um norte-americano e outro israelense. Como o assunto aqui é sobre velhos, a eles.
Na infância, eu tinha medo de velhos e sempre corria deles. Tinha uma bisavó baixinha, encurvadinha, muito boazinha. Amedrontado, eu a observava sempre de longe. Depois, já mais crescidinho, a convivência com meus avós e com um tio muito querido mudou minha percepção e passei a amá-los.
Hoje, todos aqueles “velhinhos” da minha meninice seriam mais jovens do que eu e isso não me deixa triste, porque a idade provecta nos oferece aprendizado. Acho que aprendi um pouco.
Penso a vida como uma escada de vários degraus e essa escada nos conduz ao autoconhecimento, à razão e, por fim, à sabedoria. No primeiro degrau, temos a fase frágil e pirracenta, que é a infância. Depois vem a adolescência, onipotente e insegura, que deve terminar antes dos vinte anos. Dos vinte aos trinta, prepara-se para uma vida mais regrada, responsável e decente, sendo resolvidos os conflitos relacionais e existenciais. Após os trinta anos, quem não se acertou, danou-se. Com sorte, talvez o rumo seja dado a partir de umas cambalhotas na vida, mas é preciso muita sorte e muitas cambalhotas, senão... Costumo dizer que somos como frutas: ou amadurecemos ou apodrecemos, mas nunca seremos verdes para sempre.
Agora quero falar daqueles dois velhos da foto. Assim que vi aquela imagem na tela do computador, lembrei da Susana que foi assediada por dois velhotes. Está nas Antigas Escrituras, no Livro de Daniel. Quem não conhece essa história, vale a pena conferir. Ali, a inocente Susana foi salva da morte pelo jovem Daniel, que esculachou os dois velhos que tentaram violentar a jovem.
Quero traçar um paralelo daquele passado com o presente. A formosa Susana bíblica seria Gaza, que está sendo cobiçada pelos dois monstrengos da foto. Ah, como eu gostaria de que aparecesse um “Daniel” para lhes dizer: “Velhos safados, vocês querem se apropriar de Gaza e violentá-la?! Gaza é rica e formosa como Susana, mas ela pertence aos palestinos. Portanto, fora daqui, seus malfeitores! Partam antes que a espada lhes parta ao meio, seus crápulas!”
FILIPE
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