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Publicado originalmente em 29/07/2011 - "blogdofilipemoura.com"
Tal como a mortadela, todo professor de ensino básico – aquele que trabalha com crianças e adolescentes – deveria exibir um rótulo apontando o seu prazo de validade. Isso mesmo. Digamos que, no caso do professor, seu ocaso fosse fixado ao completar 50 anos (de idade!). Portanto, aos 50, esse profissional deveria ser recolhido por estar vencido e impróprio para o “consumo” dos alunos. Deixaria de vez sua cadeira, que já foi cátedra, e se sentaria num banco. No banco da praça, por exemplo.
Aos 50, já não se tem aquela disposição de repetir inúmeras vezes ao jovem colegial que “quatro vezes zero não é quatro"; que carteira escolar não é bola de futebol para ser chutada; que sala de aula não é quadra de esportes; que a mãe do professor não é meretriz etc. Também não se deve “mandar” o anoso professor..., pois ele não vai. E não adianta insistir, porque ele não vai mesmo! [Se é que me fiz entender]
Aos 50, também não fica bem e chega a ser ridículo usar expressões do tipo: “Tô de boa!” “demorô, vacilão!”, ou “fala sério, galera!”, ou ainda “caraca, meu!”. Tais expressões são para os jovens. E os maduros que se calem ou pulem fora. E aos 50, tem de pular fora mesmo!
Infelizmente, muitos professores continuam na ativa, mesmo após cumprido seu tempo regimental para se aposentar. Alguns, que são exceção, são verdadeiros missionários do ensinar-e-aprender. Merecem nosso respeito e devem ser aplaudidos de pé. Muitos outros, porém, são uns crápulas. Nunca levaram a sério a profissão, que nunca abraçaram, e permanecem no cargo engrossando as estatísticas, municiando os institutos governamentais que são ávidos por aumentar o tempo de contribuição de qualquer trabalhador.
Pois bem, voltando à mortadela, vencido o prazo, ela fica rançosa e meio visguenta. Talvez o professor nem chegue a tal bolor, mas certo bafio anuncia a hora da despedida. Aos 50 anos, tchau!
FILIPE