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Publicado na “Tribuna de Amparo”, edição de hoje.
Dia desses, enquanto aguardava na fila de um supermercado, fui despertado da leitura do jornal pelo seguinte diálogo: “Sabia que vão trocar os santos da igreja São Benedito?”, dizia uma senhora à sua amiga, tentando impressioná-la. “Vão, mas não só, porque a igreja nem vai continuar sendo São Benedito. Vão mudar até o nome da paróquia também”, exagerou a outra. “O quê?! Não são apenas os freis?... Se até os santos vão embora, eu também saio de lá”, interveio uma terceira.
Exageros à parte, há dias ouço rumores de que os frades franciscanos estariam deixando a Diocese de Amparo, mas nunca dei crédito a tais notícias, que mais me pareciam boatos. Mas agora parece sério.
Os franciscanos instalaram-se aqui em 1911, há mais de um século, e nestas terras fundaram convento, formaram comunidades, edificaram capelas, evangelizaram e encantaram o povo com sua abnegação e despojamento. Não me parecia crível, porém, que eles nos deixassem justamente neste momento tão difícil, quando os ânimos andam tão acirrados fora e até mesmo dentro da Igreja.
Frei Vanilton e seus dois companheiros, que ora conduzem a Paróquia são Benedito, são formidáveis. Suas homilias são encantatórias porque sucintas e contextualizadas, e as celebrações não cansam a assembleia. Também não se vê nessa tríade nenhum traço de vaidade clerical, algo bastante encontradiço noutras paragens, infelizmente. A sintonia com o bispo diocesano e com o Papa Francisco é outro atributo desses bravos religiosos.
Mas já há certeza. Os nossos freis vão mesmo nos deixar e será em breve. Porque eles hão de singrar outros mares e suas redes deverão ser lançadas em águas ainda mais profundas.
Ah, quão alvissareira seria uma réplica a este artigo sob o título: “Os franciscanos não estão de partida!” Não custa sonhar.
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