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ESPORA DE GALO...

por feldades, em 13.06.14

Perdoe-me o arredio leitor pelo mau texto e falta de lirismo, mas não dá pra ser poético nestes tempos em que se anunciam incessantes tempestades. Como se sabe e já era previsto, o Congresso aprovou, sob o desrespeitoso título de “Lei Bernardo”, a malfadada “Lei da Palmada”. “Xuxaram” até madrinha no projeto de lei, e com direito a discurso molhado – de lágrimas! Ainda bem que desta vez não houve aquele coraçãozinho brega, que a apresentadora costuma fazer com as mãos para fãs ou desafetos.

 

Não entendi o porquê disso. Já temos suficientes leis restritivas aos violentos, como se pode ver no Código Penal ou noutros compêndios que abundam ao alcance de todos: curiosos, rábulas ou bacharéis. Espancar criança, jovem, adulto, velho, o gato..., é crime previsto na legislação vigente, e acréscimos configuram um blá-blá-blá legislativo, apenas.

 

E o Estado, essa coisa sem rosto, vai ocupando cada vez mais espaço dentro dos lares. A mãe já não podia exigir que seu “bebezinho” de treze anos arrume a cama ou lave a louça do café; nem o pai pedir ao “menininho”, também de treze, que limpe o quintal, pois “trabalho infantil é crime”, e o Conselho Tutelar é o “olho que tudo vê”. A partir de agora, se os pais quiserem apartar uma rinha dos filhos, em que haja “trocas de chutes, sopapos e puxões de cabelo”, terá que ter paciência e chamá-los carinhosamente para “conversar, conversar, conversar...”, e com muito cuidado pra não traumatizá-los. Argh!

 

Meu pai criou onze filhos. A todos, desde a mais tenra infância, deu carinho, serviço e umas surras de vez em quando. Uns apanharam mais, outros menos e outros mais ou menos. Ninguém virou bandido. São todos honrados trabalhadores (exceto este datilógrafo), e têm profunda veneração pelo velho (inclusive o datilógrafo). O que seria da família do seu José Lopes, caso naquele tempo ele fosse responsabilizado criminalmente por ter dado uma cintada no filho travesso?

 

Nas casas mantidas pelo Estado, onde estão jovens em situação de abandono, pouquíssimos são os que “dão certo na vida”, sem se enveredar pelo crime. Agora, esse mesmo Estado, comprovadamente incompetente nessa matéria, quer imiscuir-se na educação das crianças, que já têm seus provedores naturais, os pais. E num abraço impensável, esquerda e direita se entrelaçam e se unificam numa atávica intromissão na família, evocando o fascismo e o stalinismo – regimes notoriamente antagônicos no discurso, mas que foram absolutamente iguais na prática.

 

E assim, aos primeiros clarões do século 21, voltamos às sombras do passado, ao tempo em que o pátrio poder era desavergonhadamente açambarcado pelo Estado. Os pais estão sendo mais e mais privados de exercer sua função educativa e a sociedade vai se abastecendo de bandidos de todos os matizes. Como muitos daqueles, sem qualquer lastro moral, com assento nos Poderes da República.

 

Mais sábia é minha mãe que sempre dizia, quando refregava um de seus abelhudos rebentos: “Espora de galo não mata pinto!...”. 

 

FILIPE

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